Muito mais do que palavras…… A perfeição, a ilusão, a saudade A tentação de criar a perfeição Da razão à emoção A ilusão de respirar a maresia, longe do mar Da emoção à loucura A saudade de acreditar
Não ficou nada, só saudade De lembranças que teimo em guardar Parto sem olhar para traz, Ligada só à sede da descoberta De mim Que de mim, não sei mais nada….
Mar de acreditar, numa outra costa, maré que me devolve um nova face, de mim …..
A história gloriosa de Lagos esteve sempre ligada ao mar.
Foi aqui que, no séc. XV, o Infante D. Henrique, “O Navegador”, equipou as suas caravelas e abriu o caminho para os grandes descobrimentos.
Assim, o pequeno porto de Lagos tornou-se numa janela para o mundo e num ponto de encontro das rotas marítimas internacionais.
A antiga cidade era muito bonita, com numerosos monumentos, que foram destruídos no terramoto e tsunami de 1755.
Ainda existem algumas muralhas (reconstruídas) do século XVI, o castelo do governador (século XVII) e o local de um antigo mercado de escravos, o primeiro na Europa (abriu em 1444).
Por tudo isto, já por si, faria de Lagos um destino de visita imperdivel.
Mas hoje a cidade é um misto de culturas, das gentes que animam a cidade 24 horas por dia.
Seja qual for o destino de origem de cada uma das pessoas que cruzam as calçadas bem portuguesas e polidas de lagos, todos se sentem em casa............
as suas técnicas (não consegui captar todas) são únicas e variadas.....
algumas exigem esforço, outras imaginação.....outras .... uma ida ao oftalmologista..... mas o importante é que resultam.
Mesmo que não sejam os pormenores e as fotos que interessam aos outros, um foto é uma forma de ver muito poópria, e que prazer quando a conseguimos obter.
Cada um olha á sua volta e capta perspectivas diferentes duma mesma realidade....
Cada um põe na sua foto uma interpretação antecipada do que vê.... e espera que a máquina a capte ....... mesmo que isso seja tarefa impossivel.....
tem coisas que o coração vê, os olhos sabem interpretar.....mas, a máquina não consegue registar......
Porque nos sentimos navegadores, com genes da alma Lusitana, com a mesma coragem de quem enfrentou Adamastor.
Não tínhamos caravelas, naus catrinetas, nem Vasco da Gama à Proa, nem Cabral na Popa Mas de olhos bem abertos, de coração ingénuo e uma curiosidade infantil….. Descobrimos escarpas, mesclas de cores, praias escondidas e uma adrenalina que inebriava os sentidos….. e íamo-nos descobrindo como gente, porque afinal somos todos feitos da mesma matéria de que se fazem os sonhos (como disse Shakespeare)…
E sonhamos…. Sonhamos que as praias eram nossas …. que a costa algarvia nos revelava segredos escondidos nas suas grutas, que se abriam como por magia….
Que a magia somos nós que a criamos e a imaginamos.
Que um encontro pode ser um desafio, pode ser sonhado, imaginado………. Mas vivido é bem melhor! E nós vivemo-lo!
Na manhã de dia 8 de Agosto, o grupo reuniu na Marina de Lagos para o tão aguardado passeio de barco pelas grutas.
O tempo ameaçava a visita.... as empresas de lanchas só permitem que se façam se houver condições de segurança.... e para mim, não estavam reunidas..... mas parece que só para mim ( e talvez para a Fátima).
O céu, nublado, ameçava chuva....o Sol encoberto teimava em não nos ajudar na tarefa de captarmos as melhores fotos que tão prestigiados fotografos tinham por obrigação, obter.
Numa Marina repleta de embarcações..... com o mar a ameaçar tornar a visita um pesadelo.... a Claire e eu prescrutamos á nossa volta e descobrimos o Barco, aparentemente, o mais seguro.
Segui-a de imediato.... tudo pela segurança..... mesmo que a viagem se fizesse dentro de uma espécie de aquário.....
afinal, se iamos apanhar água (salgada e doce) melhor seria se fossemos logo mar dentro, literalmente mar dentro....
Corajosamente a Claire avançou.... tentou entrar, mas..... não tinhamos marcação!!!!!
A nossa visita iria ser feita numa lancha tradicional, que afinal nos permitiu viver as emoções de uma verdadeira Odisseia!
quem sabe, sabe ..... e a Mena sabia que assim é que seria bem mais divertido.